Clèmerson Clève toma posse na Academia Paranaense de Letras do Paraná

O advogado e sócio do escritório, Clèmerson Merlin Clève tomou posse como membro da Academia Paranaense de Letras (APL) na última segunda-feira (22). O evento foi realizado na sede da OAB Paraná e conduzido pelo presidente da entidade, Ernani Buchmann. No início da solenidade, os acadêmicos Guido Viaro e Maria José Justino introduziram Clève ao recinto.

Ao abrir os trabalhos, Buchmann ressaltou que Clève tem “perfeito domínio das letras, carreira acadêmica que o levou a ser reconhecido no Brasil e no exterior, e talento como poeta e dramaturgo”. Ele observou ainda que a OAB é a casa do advogado René Dotti, antecessor de Clève na Cadeira 3, e o novo imortal são juristas e ele mesmo, o presidente da academia, é advogado prestes a completar o jubileu na profissão.

Ao se pronunciar, Clève começou citando a última estrofe do poema Xadrez, de Jorge Luis Borges. “Deus move o jogador, e este a peça. Que Deus por trás de Deus a trama começa de poeira e tempo e sonho e agonias?”, recitou. O jurista então refletiu: “Essa questão me veio à mente no momento em que recebi a notícia sobre meu ingresso na Academia Paranaense de Letras. A minha vida será outra doravante. A disposição das peças no tabuleiro foi modificada”, afirmou.

“É para mim uma alegria colossal ingressar na casa de Ulisses Vieira”, disse o novo imortal. Ele prestou deferência aos acadêmicos na pessoa de Chloris Casagrande Justen. “Entro no novo mundo, preciso dominar o idioma, a gramática e o ritual da academia, mas estou ciente da responsabilidade”, disse sobre o novo desafio.

A acadêmica Adélia Woellner fez a menção aos acadêmicos presentes. E a secretária da APL, Marta Moraes da Costa, fez a leitura do termo de posse da Cadeira 3, que tem como patrono Jesuíno Marcondes e na qual Clève foi antecedido por René Ariel Dotti. “Suceder, mas jamais substituir, porque o sucedido é insubstituível”, disse o novo acadêmico ao referir-se a seu antecessor. As filhas do jurista, Rogéria Dotti e Cláudia Dotti, estiveram presentes na solenidade.

Clève descreveu Dotti ainda como de “notável erudição e bravura intelectual” e lembrou que ele era um jurista “respeitado dentro e fora do país, que escreveu algumas das obras mais importantes não só do direito penal, mas do direito brasileiro”.

Família

Ao relembrar suas origens, o novo acadêmico contou que nasceu em Pitanga e descreveu a trajetória familiar. “Nasci em uma pequena cidade e cresci em uma família que trocou muito de casa em função da carreira de meu pai, mas nas casas sempre havia livros”, descreveu Clève.

“O exemplo do meu saudoso pai era para mim eloquente”, disse Clève ao relembrar o exemplo do desembargador Jeorling Joely Cordeiro Clève, que também foi membro da APL e dedicou-se a escrever a história do Paraná. Também citou a influência da mãe, dona Dirce Doroti Merlin Clève, formada em Letras e membro da Academia Feminina de Letras do Paraná.

O jurista também ressaltou a importância em sua trajetória dos filhos, Ana Carolina e João Pedro, dos netos e o papel fundamental de sua esposa, Marcela.

Clève afirmou ainda: “ao vestir a pelerine, encontro da eternidade dessa casa”. “A Cadeira 3 será minha colina”, disse ao sintetizar sua nova realidade.

Homenagem

O acadêmico Ney José de Freitas foi o incumbido de fazer o discurso de apresentação do novo imortal. “Clèmerson é um orgulho da nossa geração. Sua personalidade é multifaceda, só quem convive com as nuances, sabe os múltiplos predicados”, afirmou o imortal. Ele lembrou que, ainda nas casas dos 20 anos, Clève escreveu sua dissertação de mestrado, enquanto o país ainda respirava o regime militar. “Foi nos direitos humanos, na instituição democrática que o autor viu a possibilidade do direito”, descreveu. Ele observou ainda que o jurista traz a consciência de que “a norma constitucional não é mero conselho, e sim preceito para ser obedecido por todos”.

Presenças

Além de Buchmann, a mesa foi composta pelo presidente da OAB Paraná, Cássio Telles; pela presidente eleita do Tribunal Regional do Trabalho da 9ª Região (TRT-9), Ana Carolina Zaina; pelo procurador-geral do Ministério Público do Paraná, Gilberto Giacóia; pelo presidente do Instituto dos Advogados do Paraná, Tarcísio Kroetz; pelo presidente eleito da APL, Paulo Vítola; pela secretária da academia, Marta Moraes da Costa; pelo reitor da Universidade Federal do Paraná (UFPR), Ricardo Marcelo Fonseca; pelo procurador-geral de Justiça do estado do Paraná, Ivonei Sfoggia; e pelo presidente do Tribunal de Justiça do Paraná (TJ-PR), José Laurindo de Souza Netto.

 

Confira o discurso de Clèmerson Merlin Clève completo aqui.